José Serra participa de encontro com artistas no Rio
Em desvantagem nas intenções de voto no Rio de Janeiro, o candidato à Presidência da República pelo PSDB, José Serra, buscou apoio junto à classe artística num encontro na noite desta quarta-feira. O evento aconteceu num tradicional reduto de intelectuais na Zona Sul do Rio, o restaurante La Fiorentina. Nas paredes, fotos de personagens que fizeram história na cultura brasileira. O tucano dividiu a mesa com seu vice, o deputado carioca Índio da Costa (DEM), o candidato ao governo do Estado Fernando Gabeira (PV), o poeta Ferreira Gullar e o ator Carlos Vereza.
Serra sabe da importância estratégica de ganhar terreno num colégio eleitoral do porte do Rio de Janeiro. No entanto, até agora, o único esforço concreto nesse sentido foi a escolha de um vice oriundo da capital fluminense. Experiente, ele sabe que não é o suficiente. “Precisamos descobrir um caminho para fazer uma boa campanha no Rio. Em 2002, perdi a eleição no Rio de longe”, lembra o candidato.
Momentos antes, o deputado Índio da Costa se mostrava bem mais otimista quanto ao avanço da chapa no Rio. “Não tenho dúvida nenhuma de que já passamos a Dilma. A diferença é de 1 ponto. Está resolvido já”, argumentou o vice.
Antes de falar sobre cultura, o assunto em pauta, José Serra disparou críticas contra o governo Lula, ao qual acusou de ter transformado o Brasil em uma “república sindicalista”. “Temos assistido a uma partidarização do governo. O estado está todo aparelhado. Falam do governo do Jango. Eles eram anjos. República sindicalista nós temos agora”, afirmou.
O tucano comentou ainda o pedido de desculpas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva por ter citado a candidata do PT Dilma Rousseff durante um evento oficial. Para Serra, esse comportamento revela a fragilidade da candidatura petista. “Não é bom usar a máquina pública numa candidatura. No caso da Dilma, parece que está sendo muito usada porque falta fôlego à candidatura. Então, é preciso recarregar a bateria de vez em quando”, argumentou.
Perguntado sobre o projeto que pretende mudar a lei do direito autoral no país, o candidato foi sincero e disse que começou a se inteirar do assunto recentemente. “Quero saber mais sobre o assunto. Quero ouvir argumentos”, explicou. Serra pediu aos presentes que preparassem um documento com sugestões para a área de cultura.
Entre os presentes, estavam os atores André Gonçalves, Rosamaria Murtinho, Maitê Proença, o crítico de cinema Rubens Edwald Filho, o cineasta Andrucha Waddington, o humorista Marcelo Madureira e o músico Fausto Fawcett.
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